sábado, 9 de abril de 2011

Limpando a alma...

Pois é! De vez em quando temos de fazer certas limpezas e, eu então estava mesmo a precisar de fazer uma bem grande em mim: senti que era urgente deitar fora alguns pensamentos indesejados e lavar alguns tesouros, que têm andado um tanto
enferrujados...
Então, tirei do fundo das gavetas da minha memória, lembranças, que já não uso e não as quero mais.
Deitei também fora alguns sonhos impossíveis e algumas ilusões que já estavam fora de moda. Reparei então que tinha uns papeis de presentes que nunca usei; alguns sorrisos que nunca dei; aproveitei para também deitar fora alguma raiva e o rancor das flores murchas, que estavam dentro de um livro que nunca li.
Depois, olhei para os meus sorrisos futuros e para as minhas alegrias pretendidas e coloquei-as com muito cuidado, bem arrumadas num cantinho e fiquei sem paciência!... Tirei então tudo de dentro do armário da razão e deitei tudo para o chão: paixões escondidas, desejos reprimidos, palavras horríveis que nunca deveria ter dito, mágoas de um amigo, lembranças de um dia triste...
Mas havia lá outras coisas belas!

Por exemplo, um passarinho que um dia poisou na minha janela e cantou só para mim; aquela lua cor de prata que me acompanhou numa insónia; um pôr do sol diferente de todos os outros que jamais vira... sentei-me então no chão para poder fazer as minhas escolhas.
Fui-me encantando e distraindo, olhando para cada uma daquelas lembranças: as limpezas começaram então ordenadamente: deitei no lixo os restos de um amor que me magoou. Peguei nas palavras de raiva e de dor que estavam na prateleira de cima e que quase não as uso e deitei-as fora naquele mesmo instante. Outras coisas que ainda me magoam, coloqueia-as num canto para decidir depois o que hei-de fazer com elas, se as esqueço lá mesmo ou se também as deito no lixo.


Depois, fui aquele baú, onde a gente guarda tudo quanto é mais importante, o amor, a alegria, os sorrisos, a esperança e um dedinho de fé, para os momentos que mais precisamos.
Ah, como foi bom relembrar tudo aquilo! Recolhi então com carinho o amor encontrado, dobrei com jeitinho os desejos, coloquei perfume na esperança e passei um paninho na prateleira das minhas metas, deixando-as à mostra para as não perder de vista.
Finalmente coloquei nas prateleiras de baixo algumas recordações de infância; depois fui à gaveta de cima, e guardei com carinho algumas recordações da minha juventude e, pendurada bem à minha frente, coloquei a minha capacidade de amar e principalmente de RECOMEÇAR!!

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