terça-feira, 30 de julho de 2013

A Crise em Portugal



A situação a que chegámos não foi uma situação do acaso. A União Europeia financiou durante muitos anos Portugal, para Portugal deixar de produzir; não foi só nas pescas, não foi só na agricultura, foi também na indústria, como por exemplo, a indústria têxtil. 
Nós fomos financiados para desmantelar o têxtil, porque a Alemanha queria (a Alemanha e os outros países como a Alemanha), queriam que abríssemos os nossos mercados ao têxtil chinês basicamente, porque ao abrir os mercados ao têxtil chinês eles exportavam os teares que produziam, para os chineses produzirem o têxtil que nós deixávamos de produzir.
E portanto, esta ideia de que em Portugal houve aqui um conjunto de pessoas que resolveram viver dos subsídios e de não trabalhar e que viveram acima das suas possibilidades, é uma mentira inaceitável.

Nós orientámos os nossos investimentos públicos e privados em função das opções da União Europeia: em função dos fundos comunitários, em função dos subsídios que foram dados e em função do crédito que foi proporcionado.
E portanto, houve um comportamento racional dos agentes económicos em função de uma política induzida pela União Europeia. Portanto não é aceitável agora dizer? podemos todos concluir e acho que devemos concluir que errámos, agora eu não aceito que esse erro seja um erro unilateral dos portugueses. Não, esse foi um erro do conjunto da União Europeia e a União Europeia fez essa opção porque a União Europeia entendeu que era altura de acabar com a sua própria indústria e ser simplesmente uma praça financeira. E é isso que estamos a pagar!
A ideia de que os portugueses são responsáveis pela crise, porque andaram a viver acima das suas possibilidades, é um enorme embuste. Esta mentira só é ultrapassada por uma outra: a de que não há alternativa à austeridade, apresentada como um castigo justo, face a hábitos de consumo exagerados. Colossais fraudes!!! Nem os portugueses merecem castigo, nem a austeridade é inevitável.
Quem viveu muito acima das suas possibilidades nas últimas décadas, foi precisamente a classe política e os muitos que se alimentaram da enorme manjedoura, que é o orçamento do estado.
A administração central e local enxameou-se de milhares de "boys", criaram-se institutos inúteis, fundações fraudulentas e empresas municipais fantasma.
A este regabofe juntou-se uma epidemia fatal que é a CORRUPÇÃO e os exemplos sucederam-se:
- a Expo 98 transformou uma zona degradada, numa nova cidade, gerou mais-valias urbanísticas milionárias, mas no final deu prejuízo.
- foi ainda o Euro 2004, e a compra dos submarinos, com pagamento de luvas e corrupção provada, mas só na Alemanha.
- e foram as vigarices de Isaltino Morais, que nunca mais é preso.
- a que se juntam os casos de Duarte Lima, do BPN e do BPP, as parcerias público-privadas 16 e mais um rol interminável de crimes que depauperaram o erário público. Todos estes negócios e privilégios concedidos a um polvo que, com os seus tentáculos, se alimenta do dinheiro do povo têm responsáveis conhecidos. E têm como consequência os sacrifícios por que hoje passamos.
Enquanto isto, os portugueses têm vivido muito abaixo do nível médio do europeu, não acima das suas possibilidades.
Não devemos pois, enquanto povo, ter remorsos pelo estado das contas públicas. Devemos antes exigir a eliminação dos privilégios que nos arruínam. Há que renegociar as parcerias público-privadas, rever os juros da dívida pública, extinguir organismos... Restaure-se um mínimo de seriedade e poupar-se-ão milhões. Sem penalizar os cidadãos.
Não é, assim, culpando e castigando o povo pelos erros da sua classe política que se resolve a crise. Resolve-se combatendo as suas causas, o regabofe e a corrupção. Esta sim, é a única alternativa séria à austeridade a que nos querem condenar e ao assalto fiscal que se anuncia."

António Costa – Programa “Quadratura do Circulo”

sábado, 27 de julho de 2013

Vender casas de forma original

Aqui na China, o mercado imobiliário é agressivamente competitivo e estão sempre a inventar formas de chamar a atenção para possíveis compradores.
A última moda por estas bandas, foi arranjar algumas bem produzidas meninas modelos, e pintaram-lhes nas costas as plantas das casas que pretendem vender.
A competição entre imobiliárias chinesas para venda de casas é tão intensa que, quem teve esta “encantadora” ideia, foi uma empresa de Jilin City, que decidiu utilizar os corpos das modelos, para anunciar as suas propriedades.
E se algumas dessas agências, ofereciam antes barras de ouro ou apresentavam mulheres seminuas com reduzidos vestidos de flores para atrair clientes, agora, segundo o China Daily, a moda é apresentar as plantas das casas pintadas nas costas das modelos
Se ler o site noticioso Newscom, informam que a China é um país que tem uma das mais elevadas taxas do mundo de pessoas com casa própria, devido a uma tradição generalizada entre a população de que a casa em que se vive deve pertencer aos seus inquilinos e não ser de outra pessoa, estando a classe média a investir como nunca no mercado imobiliário.
O negócio imobiliário na China apresenta um crescimento tal que se estima que sejam construídas entre 12 a 24 cidades por ano. No entanto, uma reportagem da CBS do conhecido programa "60 Minutes" deu conta que, no início deste ano, dezenas dessas novas cidades estão completamente vazias. É que embora a febre imobiliária na China tenha levado à construção de milhões de casas, os proprietários não conseguem agora encontrar quem possa suportar as rendas e as "cidades fantasma" no país, estão a crescer, porque não há dinheiro para pagar as casas.
Os peritos financeiros temem que o aumento descontrolado dessas "cidades fantasma" leve a um colapso imobiliário no país.


quinta-feira, 25 de julho de 2013

Um susto dos diabos...

Já se passaram muitos anos e, de vez em quando lembro-me de uma situação, que me leva a sorrir ao lembrá-la.
Tinha os meus dezanove anos e namorava eu um rapaz, que morava numa cidade distante da minha casa. Claro que eu vivia com os meus pais e irmãos, por isso, quando queríamos estar mais “aconchegados”, íamos para uma pensão em Lisboa, e ali tudo corria lindamente.
Tudo aconteceu num dia, quando vínhamos de um jantar de casa de uns amigos e eu tinha de chegar a casa mais cedo, por isso não havia tempo para irmos até à “nossa” pensão habitual, porque ficava bastante longe e decidimos por isso, trocar uns carinhos, ali mesmo no carro.
O meu namorado procurou uma ruela escura, sem trânsito e sem movimento, e após alguns beijinhos e muitas festinhas, ele começou a ficar muito excitado…começou por tirar a camisola, baixou as calças, puxou-me o vestido para cima e os preliminares continuaram.
Comecei a protestar, porque podia aparecer alguém e ver-nos naquele preparo, mas ele contrapunha todos os meus argumentos, que os vidros eram escuros, que aquela rua estava deserta àquela hora, que não demorávamos nada e, foi tirando as calças…
Baixou o meu banco todo para trás e já estava em cima de mim, preparando-se para dar uma rapidinha, quando de repente uma luz forte incidiu frente ao nosso carro.
Atordoados e aflitos endireitámo-nos atabalhoadamente e para nossa aflição, vimos que o tal carro tinha uma luz giratória: era a policia!
Desci o vestido e endireitei de imediato o banco, quando a policia bateu no vidro do carro, eu estava com o ar mais angélico do mundo.
O polícia bateu no vidro e quando o meu namorado o abriu, vimos que ele tinha uma arma apontada para nós e gritou:
- “Saiam já do carro!”
Eu abri a porta e saí logo, olhando fixamente para o guarda, enquanto ele continuava com a arma apontada, a berrar com o meu namorado:
- “Eu disse para sair com as mãos levantadas, JÁ!”
Ele tentava puxar as calças para cima e balbuciou aflito:
- “Já vou senhor guarda, quero só puxar as calças para cima, por favor”
- “O quê? Está sem calças?”
Então, fez um ar de gozo, olhando ora para mim, ora para ele e chamou o colega, segredou-lhe qualquer coisa e os dois riram-se.
- “Ah bom, escolheram este lugar para pecar?”
- "Senhor guarda, somos dois cidadãos livres e só estávamos a namorar um pouco, qual é o mal disso?” Dizia o meu namorado, já irritado com o sarcasmo dos dois idiotas, que se estavam a aproveitar da situação e, pelos vistos, estava a dar-lhes imenso gozo ao ver a nossa aflição.
Pediram-lhe os documentos, revistaram o carro todo e fizeram-nos um monte de perguntas, estávamos a ver que ainda íamos parar à esquadra, o que era uma chatice, porque já começava a ficar tarde para eu regressar a casa.
Reparei então, que uma vizinha, que aparentava uma certa idade, estava ali parada junto ao portão de uma casa, do outro lado da rua e observava toda esta cena.
Finalmente, os polícias pareciam convencidos da nossa inocência. Depois de muitas recomendações, que não devíamos estar em lugares escuros em ruas desertas, pois corriamos o risco de ser apanhados por criminosos e que havia lugares mais apropriados para estarmos juntos, etc, etc, foram-se embora.
Aprendemos o seguinte com esta assustadora lição: o importante é tomar algumas precauções, principalmente NUNCA tirar a roupa toda e ter a certeza que não há nenhuma velha filha da puta, que vá ligar para polícia, porque tem um carro suspeito parado perto da casa dela…




sábado, 20 de julho de 2013

O Palhaço!

Lembram-se da grande polémica que encheu jornais, telejornais e os meios cibernéticos quando M. Sousa Tavares chamou “palhaço” ao nosso Presidente da República, Prof. Cavaco Silva?
Pois, possivelmente, a razão desse “palavrão”, que tanto indignou algumas das pessoas pela falta de respeito ao senhor presidente, pode ser bem mais culta que os jornais deram a entender e que tanto alarido fizera.
Então… o porquê do "palhaço"?

Este é um quadro da Paula Rego que esteve exposto em Londres na sua última exposição (Janeiro-Março 2013) 'The Dame with the Goat's Foot' (é o nome dessa exposição).

Uma figura de 'palhaço rico' (onde se reconhece perfeitamente o retrato de Aníbal Cavaco Silva) aparece com um pé no pedestal, a mamar nos seios de uma velha decrépita e aperaltada senhora com um chapéu.
O palhaço com a mão esquerda 'coça a micose'. A Velha pode representar a política, ou a nação.
O quadro chama-se 'A Última Mamada' ('the last feed').

Apesar de ter tido algum eco nas redes sociais, não recordo que tenha havido grandes referências à exposição (ou ao quadro) na imprensa escrita.
Ainda não se sabe se/quando a exposição virá a Portugal e se o quadro fará parte dela.
Confesso que ao ver isto me interroguei: será verdade? Será que isto é mesmo uma pintura da Paula Rego? Parecia-me mas... dada a recente polémica, parecia-me coincidência a mais. 
Fui investigar e confirmo! É tudo verdade: a exposição e o quadro. Apenas não consegui confirmar o nome do quadro, pois não me aparece quando amplio a imagem no site da galeria Marlborough Fine Art.
Mas faz sentido que seja, pois o palhaço aparece a mamar.
Imagino o que ela se deve ter desmanchado a rir ao pintar este quadro!


E depois não me digam que a Paula Rego, não é mesmo do além!!!