terça-feira, 10 de setembro de 2013

Pornografia?

Nestas últimas férias de verão, fui passar uns dias a casa da minha mãe, que andava atarefada a fazer arrumações na arrecadação e olhava para um velho baú que pertencera aos pais, bastante indecisa quanto ao seu destino: se havia de o deitar fora ou continuar a guardá-lo. Dei-lhe a sujestão que podíamos fazer uma escolha e aproveitar o seu interior, para guardar outras papeladas mais recentes.
Então, começámos a tirar toda aquela papelada, onde se incluía recibos velhos e sem préstimo, cartas de letra sumida de amigos e familiares e muitas fotos, algumas indentificadas e outras de pessoas que não conhecíamos.
Decidimos então escolher algumas fotos de tios, padrinhos, filhos, netos, todos desaparecidos no século passado e que tinham anotações no verso, metê-las dentro do velho álbum que pertencia ao pai da minha mãe.
Ao abrir o álbum, fomos encontrar um envelope com alguns postais, que tinha por fora escrito com a letra do meu avô: “PESSOAL, contém pornografia”…
Achei divertido e bastante malicioso aquele segredo escondido há quase trinta anos (quando faleceu o meu avô), dentro do esquecido baú, com as fotos impressas em postais de senhoras em poses "depravadas" para a época. A minha imaginação levou-me à imagem daquele senhor circunspecto e de barbas grisalhas, que ia ver às escondidas aqueles postais e depois os guardava naquele baú velho, longe dos olhares reprovadores da minha avó...
Acho que muitas pessoas imaginam que a pornografia é um fenómeno recente. Na verdade ela é tão antiga quanto a civilização humana. Já ouvi histórias de que estão gravuras eróticas nos muros de Roma Antiga, mas sei que existem retratos eróticos ainda mais antigos.
Curiosamente a nova geração parece que está a descobrir essa sensualidade antiga, e muitas jovens têm-se inspirado em antigos modelos sexys dos anos 30 para comporem o seu visual, numa inspiração “diferente” para poderem ser distinguidas de entre Sexuais e Sensuais. Raras são aquelas que têm ambas as características.
A Sensualidade está relacionada directamente ao namoro, à aproximação do parceiro., onde nada é explícito, tudo fica sugerido porque o excitante está no que não é mostrado. Basta ver que o Strip Tease acaba quando a pessoa fica nua. A graça dele está justamente em esconder as partes do corpo e brincar de maneira erótica com isso, criando uma cumplicidade com o parceiro que assiste.
Já a Sexualidade é a latência do desejo sexual na sua explosão, a vontade carnal, a busca pelo gozo.
A antiga moral de relacionar a sexualidade à reprodução, o medo da gravidez, a negação do prazer à mulher, com o passar do tempo tem vindo a desaparecer.
As necessidades sexuais da mulher são hoje reconhecidas, havendo plena consciência de que o prazer é a dois.
Apesar de tudo, a mulher continua a ser sobrecarregada nas mais diversas tarefas, como por exemplo, a educação dos filhos, todas as actividades domésticas, a acumular com as funções que desempenham num emprego. Não será de estranhar, que, por algumas vezes, a sua pré-disposição para o acto sexual esteja um pouco esmorecida.
Este facto é em si, mais valorizada pelos homens do que pelas mulheres. Pelo menos até há algum tempo. Crê-se que está a haver uma maior tomada de consciência da sexualidade feminina pelas próprias mulheres, as quais começam a ser mais exigentes com o sexo oposto.
Talvez por isso, desde sempre, os homens gostem de ter fotos, revistas (actualmente filmes e internet) com estímulos que reforcem a sua sexualidade e afinal o meu avô, não escapou a essa tentação…
Mulheres sensuais são aquelas que estimulam a imaginação, que fazem pensar o que pode estar escondido atrás daquele gesto, daquele olhar, da mão furtiva, e essa sensualidade é mostrada nos tais postais antigos, que eu guardei carinhosamente como recordação do passado.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A INGRATIDÃO

Fico estarrecida com certos casos que vão acontecendo com conhecidos nossos e afinal, por todo o mundo: a ingratidão dos filhos para com os pais.
Eu adoro os meus pais, tios e mais família e não posso conceber que algum dia eu possa sentir indiferença ou fazer-lhes qualquer tipo de mal. Adoro a minha família e só tenho a agradecer aos meus pais, tudo o que fizeram (e continuam a fazer) por mim.
É claro que em qualquer parte do mundo existem filhos que podem ser considerados ingratos, uns mal-agradecidos. Também há aqueles que nunca disseram um “muito obrigado” aos progenitores por tudo que receberam e, para piorar, alguns maltratam ou desprezam os pais, que os amou e ama de uma forma incondicional, dando a vida por eles se for preciso, outros são abandonados depois de velhos e doentes num asilo qualquer, dando pouco valor aos benefícios que receberam.
O caso de uma antiga colega de escola, filha única e a quem os pais tudo lhe deram para que estudasse e se fizesse alguém, mas o pai logo que morreu, ela com mentiras e artimanhas, conseguiu tirar todos os bens da mãe e ainda a maltrata. Já foi denunciada várias vezes à policia pelos vizinhos, que assistem aos gritos de socorro da pobre senhora e fico a pensar o que diabo passa pela cabeça desta e de outros filhos para pagarem o bem que lhe fazem com a ingratidão e maus tratos?
Geralmente aqueles que foram mimados, nada lhes faltando quando crianças, principalmente aqueles que nunca subiram na vida a pulso, quando adultos, transformam-se em pessoas arrogantes, convencidos, amargos, ingratos e egoístas, como aconteceu com esta jovem que só pode ser uma psicopata e sem ocupação, que passa o dia a vadiar.
Muitos desses filhos estudam nas melhores universidades, se os pais podem com ou sem sacrifício, ajudam-no a comprar uma casa ou um carro, mas mesmo assim, esses seres egoístas e ingratos acham que tudo o que os pais fizerem é uma obrigação e que não lhes devem absolutamente nada, nem pelo menos um beijo afectuoso no rosto em sinal de agradecimento.
Muitos deles, e os jornais estão todos os dias a contar estórias destas, quando apanham os pais doentes e fragilizados, metem-nos num lar ou “esquecem-se” deles num hospital, ficando-lhes com todos os bens, muitas das vezes, com o pé de meia, fruto de uma vida inteira de sacrifícios, para terem uma velhice sem sobressaltos, que são depois esbanjados sem o mínimo de remorso ou escrúpulos.