quarta-feira, 12 de março de 2014

Confusões jornalisticas

Como bem sabemos, a inveja é um dos desportos nacionais - e quando toca a gente de sucesso, que ganha bem, e que é admirada, então o desporto torna-se radical, uma espécie de wrestling rasteirinho.
Desta vez aconteceu ao Ricardo Araújo Pereira, o mais talentoso e criativo humorista nacional.
Pois o Ricardo contou esta história, que se passou em Janeiro deste ano, com um jornalista, que lhe fez a seguinte pergunta parva:
- "Preferia que a sua filha fosse lésbica ou sportinguista?"
E o Ricardo respondeu à altura, claro:
- “A resposta é fácil, porque ser lésbica não é defeito”.
Acreditem nisto: o que meio mundo agora discute nas redes sociais, nos blogues, e por aí fora, é o “escândalo” de Ricardo Araújo Pereira ter alegadamente dito “prefiro ter filhas lésbicas a serem do Sporting”.
Este foi o título que apareceu em letras gordas no jornal "Correio da Manhã":

Ricardo Araújo Pereira: "Prefiro ter filhas lésbicas a serem do Sporting"

E o pior, é que o jornal não fez qualquer desmentido ou um pedido de desculpas pela confusão que causou.
Confunde-se a estrada da beira, com a beira da estrada, com a ligeireza do pulo de um gato!
Assim vai o mundo do boato, da deturpação e do diz-que-disse na net.
E também é assim que se cultiva a inveja - qualquer oportunidade é boa para dizer mal de quem, na sua área, é um merecido vencedor.
Uma tristeza!

quarta-feira, 5 de março de 2014

O bêbado filósofo!

Um bêbado sentado no chão, gritava a quem passava:
-“É preciso estar sempre embriagado, para não sentir o horrível fardo do Tempo que me quebra os ombros e me curva para o chão. Sim, sim, preciso de me embriagar, e sem sentir o perdão. De quê?
Pode ser de… vinho, de poesia ou de virtude, tanto me faz, mas tenho de me embriagar, para não sentir, para não pensar no tempo, nas guerras e nas injustiças
Às vezes, nos degraus de um palácio, no relvado verde, num fosso, ou mesmo na solidão triste do meu quarto, eu acordo.
Infelizmente a embriaguez já está diminuída ou desaparecida, então, pergunto ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que canta, a tudo o que fala, pergunto que horas são e o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio respondem:
- Está na hora de embriagares-te, para não seres escravo mártir do Tempo, embriaga-te, embriaga-te sem parar, de vinho, de poesia ou de virtude, como quiseres -.E aqui estou eu, parado no Tempo, a fazer poesia e a sentir-me virtuoso!"

Às vezes, gostava de ter a coragem deste bêbado filósofo...