terça-feira, 23 de abril de 2013

Ler dá prazer...

O Dia do Livro é, uma oportunidade de render uma homenagem mundial ao livro e aos seus autores, motivar a descoberta do prazer da leitura e reconhecer a contribuição dos escritores para o progresso social e cultural. Contribuo com um trecho de Kafka, para assinalar esta data.
 

 "No fim das contas, penso que devemos ler somente livros que nos mordam e piquem.
Se o livro que estamos a ler não nos sacode e acorda como um golpe no crânio, porque nos darmos ao trabalho de lê-lo?
Para que nos faça feliz? Meu Deus, possivelmente seríamos felizes da mesma forma, se não tivéssemos livros.
Livros que nos façam felizes, em caso de necessidade, poderíamos escrevê-los
nós mesmos.
Precisamos é de livros que nos atinjam como o pior dos infortúnios, como a morte de alguém que amamos mais do que a nós mesmos, que nos façam sentir como se tivéssemos sido banidos para a floresta, longe de qualquer presença humana, como um suicídio.
Um livro tem de ser um machado para o mar gelado de dentro de nós.
É nisso que acredito."

Este é um trecho de uma carta que Kafka escreveu ao seu amigo Oskar Pollak em 1904 ...a Última Grande Lição, o "Sentido Da Vida", que me encantou, emocionou, e principalmente me ensinou o quanto devemos ser nobres diante da morte anunciada, no caso aqui, a doença "ELA" (esclerose lateral amiotrófica), podendo dar os seus primeiros passos, numa simples rouquidão recorrente.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Preciso de um café...

Às vezes, acordo com uma certa angústia, um mau estar, que quase não me deixa raciocinar.
Tudo o que eu preciso naqueles momentos, é de um café, não sei explicar exactamente o porquê, talvez o seu aroma me afecte os neurónios e o meu estado de espirito passe a ficar mais brando e o meu cérebro comece a sentir-se mais dinâmico, enfim... o que importa é que eu reajo ao café, seja lá porque razão seja!
Ahhhh, mas há dias em que uma pessoa não devia sair da cama…dias em que tudo corre ao contrário daquilo que queremos, ou seja, acontecem coisas que nos contrariam, que nos chateiam e que fogem ao nosso controle.
Olho de novo para a minha chávena meia de café e aspiro o seu aroma com satisfação. Parece que sinto as coisas melhorarem. Não posso ser assim tão negativa, afinal, ao pesar factos bons e maus, posso apostar que o saldo será positivo, dentro das coisas que queremos que aconteçam e aquelas que realmente nos acontecem.
Acho que tenho mais motivos para sorrir do que para chorar. Não é o caso de ser ingénua e achar que está sempre tudo bem, mas também não nos devemos prender apenas ao lado sombrio da vida!
Como diz o escritor Paulo Coelho, “insistimos em ver o cisco no olho e esquecemos as montanhas, os campos, as oliveiras”.
Enquanto observo agora os detalhes de minha caneca vazia, enchendo-a com todos os pensamentos que me cercam, chego a esta conclusão: eu acho que vida reage conforme a vemos. É a história de ver um copo de água pela metade e dizer que está meio cheio ou meio vazio. As afirmações estão correctas, mas uma mostra a nossa satisfação em ter mais meio copo para beber; já a outra denota que meio copo para nós, é pouco, depende afinal da perspectiva e do estado de ânimo com que encaramos as coisas.
Há dias assim… que dão para ficar a cismar nestas coisas da vida.