domingo, 22 de julho de 2012

Burocracia, a quanto obrigas...


Conto uma história que ouvi recentemente. Um cidadão português, que sempre desejou ter uma casa com vista para o Tejo, descobriu finalmente umas águas-furtadas algures, numa das colinas de Lisboa, que o satisfez.
No entanto, um dos quartos não tinha janela. Falou então com um arquitecto amigo, para que ele fizesse o projecto e o entregasse à Câmara de Lisboa, para obter a respectiva autorização para a obra. O amigo dissuadiu-o logo: que demoraria bastantes meses ou mesmo anos a obter uma resposta e que, no final, ela seria negativa. No entanto, acrescentou, ele resolveria o problema.
Assim, numa sexta-feira ao fim da tarde, uma equipa de pedreiros entrou na referida casa, abriu a janela, colocou os vidros e pintou a fachada. O arquitecto tirou então algumas fotos do exterior, onde se via a nova janela e endereçou um pedido à CML, solicitando que fosse permitido ao proprietário fechar a dita cuja janela.
Passados alguns meses, a resposta chegou e era avassaladora: invocando um extenso número de artigos dos mais diversos códigos, os serviços da Câmara davam um rotundo *não* à pretensão do proprietário de fechar a dita janela.
Então, o dono da casa, não só ganhou uma janela nova, como ficou com toda a argumentação jurídica para rebater alguém que, algum dia, se atreva a vir dizer-lhe que tem de fechar a janela!
Foi vencida a burocracia com todo o seu esplendor, através da lei do desenrascanso, uma característica muito portuguesa….














quarta-feira, 18 de julho de 2012

Moda Étnica ou Tribal!

Parece que a imaginação quanto à moda, não tem limites, e África continua a ditar a moda e a ideia do “primitivo”, parece comungar com os novos tempos, onde a desenvoltura das mulheres, que se movem nas cidades, encontram nos motivos étnicos e nos grafismos, a tendência para se tornarem numa figurinha leve e alegre nos dias de calor.
Também lhes empresta uma áurea de mistério, sedução, história, sentimentos de pertencimento a um tempo distante, que guarda pistas inequívocas das antigas civilizações.
É incrivel como a estampa combina com tudo e você pode encontrar em saias, blusas, sapatos de saltos, lenços, capinhas de telemovel, etc.

Os vestidos, por exemplo, alguns são modelos podem ser curtos ou longos assimétricos, com barras de pontas, dialogando com o desenho geométrico das estampas.
Já as saias surgem pintadas com inspirações tropicais, esvoaçantes e fluídas. As calças chegam cheias de charme, trazendo a estampa tribal em cores fortes e vibrantes.
De presença marcante, a Tribal Naive, é a exaltação de diferentes culturas na moda. Foi um êxito neste verão e será a aposta certa para o Verão 2013, uma vez que essa tendência pode ser encontrada em estampas tropicais, geométricas e estampas estilo Navajo - inspiradas nos padrões da tribo nativa americana e que pode ser combinada com peças de outras estampas.
No entanto, na altura de montar o look na vitrine ou orientar a cliente, deve dar-se preferência nas produções em tons semelhantes, para não carregar o visual.
Para se usar umas calças ou calções de padrão tribal, tenha a atenção em usar uma blusa de tom neutro, que combine com a peça chave, não precisa de grandes produções, e de abusar dos acessórios, porque a peça em si, já é colorida.
O estilo parece querer recordar as origens e comportamentos ancestrais. De maneira sublime, roupas e acessórios assumem uma função de ligar diferentes culturas, que estão entre o passado e o presente cheios de exotismo, carregado de significados antropológicos, que nos liga também ao bem estar dentro da nossa casa, numa decoração que lembre os clãs tribais.
A forma de vestir e de calçar, incorpora laços de identidade. Os criadores como Michael Kors, inspiraram-se nos clãs tribais e africanos: os motivos étnicos combinam com materiais nobres num look tribal chique e assim, pelos quatro cantos do mundo, ícones gráficos, vestimentas e acessórios de inspirações étnicas, sinalizam e comunicam com raízes primitivas, dando à moda da mulher um tom fresco, leve e misterioso.

JOALHARIA E ACESSÓRIOS
Para os indígenas, o acto de se enfeitarem, pode ser um código que expressa os seus sentimentos, tradições e crenças.
O conceito de joalharia tribal inspirada na cultura de antigas civilizações, hoje está agregado a formas de expressão. São muitos modelos, cheios de histórias, que podem ser feitos de madeira, chifre, osso, pedras e metais.
As peças tradicionais são desenvolvidas em lugares como Indonésia, Bali, Nepal, Paquistão e Tailândia, onde não são apenas ornamentos e sim parte importante de sua cultura, religião e rituais. As peças desenvolvidas para uso em perfurações nas orelhas, são feitas manualmente permitindo sempre um trabalho exclusivo.
Algumas dessas peças, são inspirações sofisticadas e exóticas, vidas desses artefactos, cheias de beleza e sensualidade. As mulheres urbanas apaixonaram-se pelos designers inspirados nas savanas africanas e pela riqueza do misticismo que elas encerram.

UNHAS
E, para finalizar, o “clube do verniz”, também não foi esquecido e aqui estão alguns modelos de unhas pintadas, cuja estampa tribal está em alta na moda, com diversos desenhos e cores quentes, vale a pena investir e pode ter certeza que fica bem na mod,a se fizer misturas de vernizes, que podem combinar uns com os outros com um resultado insuspeitado…

terça-feira, 17 de julho de 2012

Nasceram onze meninos de uma só vez...

Aconteceu na Índia já há dois meses! Os médicos ficaram surpreendidos, chocados e ao mesmo tempo satisfeitos, com estes onze nascimentos, duma só vez.
Incrível! Uma mulher na Índia conseguiu chamar a atenção mundial, depois de ter dado à luz a 11 bebés, todos do sexo masculino, num um único parto. Este foi realizado no Century Hospital, em Surat, na Índia.
-“Foi sem dúvida uma benção de Deus, ao dar 11 rapazes a esta mulher. É um recorde do ano de 2012 e provavelmente será do século XXI.” - disse um dos médicos da equipa, aos mídea.
Em tempo de crise económica, em que muitos casais têm apenas um filho ou dois, é, até irónico pensar que uma mãe teve onze crianças na Índia e, além disso, onze crianças de uma só vez. Sem dúvida, a natureza continua a surpreende-nos cada dia mais.
No hospital onde foi realizado este milagre particular, a mãe e a equipa médica, posaram orgulhosamente na companhia dos onze bebés.
Este foi o primeiro evento que ocorreu com tal magnitude na região.
Ainda não está claro se foi o produto da ciência ou da natureza, pois são conhecidos poucos detalhes mas, aparentemente, três deles são gémeos.
A imagem desta família, deu a volta ao mundo através das redes sociais. Algo que com certeza será uma lembrança agradável para as crianças quando crescerem.


quinta-feira, 12 de julho de 2012

Nuno: uma história dos nossos dias

Esta é a história de vida de um jovem português, que mudou radicalmente com a morte do pai. Infelizmente tornou-se uma realidade muito presente na sociedade portuguesa, e, em especial, nesta geração.
Muitos dos nossos filhos irão ficar bastante mal com a nossa ausência!
Será o fim do sonho de abundância, que ficticiamente a CEE e particularmente a Zona Euro, através da banca, induziu na sociedade liberal que criou.
O problema é que Portugal está cheio de Nunos e...todos nós conhecemos alguns.
UM SEMESTRE BASTOU PARA FURAR AS CONTAS AO NUNO...!
Nuno vivia com o pai, reformado da Tabaqueira.
Abandonou no 2º ano, o curso de Química após a morte da mãe, professora reformada.
Foi trabalhar para os serviços externos num laboratório de análises clínicas, e ficou a ganhar 650 euros.
Viviam numa vivenda alugada pelos pais por 450 euros no Algueirão e o pai tinha de reforma, já com o complemento da mãe, 1800 euros mensais.
Nuno não pagava nada em casa. Os gastos da casa em alimentação, energia, água, audio-visual, limpeza e tratamento de roupa eram suportados voluntariamente pelo pai.
A totalidade dos 650 euros do seu salário, estava destinado às suas despesas extras mensais: almoços (200 euros), carro e gasolina (120 euros), telemóvel e internet (30 euros), tabaco e café (75 euros), futebol (50 euros), bares, discotecas, festas e concertos (120 euros).
Nuno teve uma infância feliz! Apesar dos pais não serem ricos, proporcionaram-lhe condições de vida da chamada classe média, quer nos estudos e nas férias, quer na mesada para os gastos.
Foi assim na infância, na adolescência e até aos 28 anos de idade. Mas o pai faleceu em Outubro do ano passado com um ataque cardíaco.
O pai tinha algumas poupanças e o Nuno após o funeral, comprou um Fiat Brava Novinho em folha e foi 2 semanas com a namorada para umas férias de sonho, “bem merecidas”, para a República Dominicana.
Quando regressaram, Lina, a namorada, de 24 anos como ia tirar o curso de “relações internacionais”, mudou-se com armas e bagagens para a vivenda do Algueirão!
Em Janeiro passado, a senhoria informou-o da actualização da renda, que tinha de passar para os 600 euros e o Nuno teve de ir alugar uma casa de 2 quartos, num 3 andar de um prédio modesto, no casal de Sº. Brás, por 300 euros e levar consigo a namorada!
Em Março, para além da renda, tinha na caixa do correio a facturas da luz com 80 euros, da água com 17 euros, do gás com 12 euros e mais 42 euros da TV cabo.
Nunca lhe tinha passado pela cabeça que estes serviços eram pagos...ai que saudades que ele tem, daquelas meias horas debaixo do chuveiro, na casa do pai, com água bem quentinha!
Prestes a fazer 29 anos e com a memória ainda cheia de 28 anos de boa vida, que se diga de passagem que já ninguém lhe tira, o Nuno é confrontado pela primeira vez na sua vida que no dia 23 de Março, quando ainda faltavam 7 dias para o final do mês, não tinha dinheiro suficiente nem para a gasolina nem para comer. Nem queria acreditar, até chegou a admitir que tinha sido vítima de algum roubo.
A escassez e a falta de dinheiro, e a boa vida a esfumar-se, originou as discussões na união quase de facto. A Lina, teve de optar entre o confortável quarto da casa da mãe com toda a assistência incluída ou a vida abarracada que lhe proporcionava o namorado. Claro que grande parva que ela era se ficasse a viver numa casa onde a única coisa abundante no frigorífico era o gelo!
Nuno fica sozinho e começa a meditar..."como era possível viver sem fumar (10 maços por mês), sem beber café (60 cafés por mês), sem ir de carro para o trabalho (60 litros por mês), sem ir ao futebol (2 vezes por mês), sem internet e sem telemóvel, sem TV Cabo, sem ir beber umas bejekas para o "bairro" às sextas-feiras?"
Como podia passar a vida a ver como consegue esticar os 650 euros de salário só para o aluguer de casa, alimentação, agua, gás e luz? Ainda por cima a ter de fazer as contas à vida sempre que vai ao supermercado adquirir os alimentos... que saudades tem daquela cataplana de marisco que o pai fazia soberbamente!
A poupança que os pais fizeram tão zelosamente foi-se... a espaçosa casa com jardim foi-se... o orçamento familiar suportado com a razoável reforma do pai foi-se...
A namorada foi-se... longe de isso lhe equilibrar as contas, limita-se a adiar o agravamento das dívidas!
Como num semestre a vida do Nuno ficou esburacada pela realidade da vida!
Nuno não é duma geração rasca. A vida actual da sua geração é que o enrascou!

Quando a super protecção dá este resultado, há necessidade de deixar os filhos dar um trambolhão, para ficarem a saber o que custa levantar-se. O exemplo está aqui, o que pode mudar num semestre!

Fonte: Revista Visão de 9/4/2012