domingo, 22 de julho de 2012

Burocracia, a quanto obrigas...


Conto uma história que ouvi recentemente. Um cidadão português, que sempre desejou ter uma casa com vista para o Tejo, descobriu finalmente umas águas-furtadas algures, numa das colinas de Lisboa, que o satisfez.
No entanto, um dos quartos não tinha janela. Falou então com um arquitecto amigo, para que ele fizesse o projecto e o entregasse à Câmara de Lisboa, para obter a respectiva autorização para a obra. O amigo dissuadiu-o logo: que demoraria bastantes meses ou mesmo anos a obter uma resposta e que, no final, ela seria negativa. No entanto, acrescentou, ele resolveria o problema.
Assim, numa sexta-feira ao fim da tarde, uma equipa de pedreiros entrou na referida casa, abriu a janela, colocou os vidros e pintou a fachada. O arquitecto tirou então algumas fotos do exterior, onde se via a nova janela e endereçou um pedido à CML, solicitando que fosse permitido ao proprietário fechar a dita cuja janela.
Passados alguns meses, a resposta chegou e era avassaladora: invocando um extenso número de artigos dos mais diversos códigos, os serviços da Câmara davam um rotundo *não* à pretensão do proprietário de fechar a dita janela.
Então, o dono da casa, não só ganhou uma janela nova, como ficou com toda a argumentação jurídica para rebater alguém que, algum dia, se atreva a vir dizer-lhe que tem de fechar a janela!
Foi vencida a burocracia com todo o seu esplendor, através da lei do desenrascanso, uma característica muito portuguesa….














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