sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Cão doente...



Uma das vantagens de viver diariamente numa terra de cheiros, ou seja, desde as vizinhas que passam a vida a cozinhar algo que cheira a podre, as ruas, que muitas das vezes exalam diversos odores que desafiam os sentidos e a resistência humana, etc, chegamos a casa depois de um dia cansativo e descobrirmos que o nosso cão velhote teve uma crise de diarreia no nosso quarto.
Ah se ao menos ele soubesse ir à sanita quando tem estas crises, como certos bichinhos que nós vemos nos "apanhados" e nas redes sociais, livrava-me desta "pesada" e mal cheirosa tarefa.
Sem pensar duas vezes e rapidamente, arregaçamos as mangas e toca a limpar toda aquela porcaria como se nada fosse. E ainda animamos com festinhas, o cãozinho doente...
Acho que ando anestesiada…

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Alegria

Quando pensamos em “alegria” desenha-se na nossa mente como risinhos e gargalhadas, ou como ter sorte e acontecer o que queremos, ou então como o estágio antes da bebedeira: “olha para ele, já está alegre!“. Outras vezes pensamos na alegria como uma infantilidade para a qual a nossa vida responsável e adulta não tem tempo.
Já o poeta inglês William Shakespeare dizia que a alegria podia evitar mil males e prolongar a vida.
Mas a alegria não é só isto, é muito mais que uma fantasia, uma distracção ou uma bebedeira. É algo que pode mudar a nossa vida e a das pessoas que nos rodeiam. É algo interior que se cultiva e que dá frutos das mais variadas formas.
A maioria das pessoas andam abatidas e tristes por causa das dificuldades que têm de suportar, mas as pessoas mais alegres não são as que nunca sofreram. Por vezes são precisamente as que mais sofreram.


Mas a alegria mostra-nos que o nosso sofrimento não é o centro do mundo. A alegria pode crescer mesmo no meio das piores dificuldades, pois na verdade, é muito tentador deixar a alegria depender da sorte ou azar, mas não se tente pela vitimização.
Há pessoas que se riem muito e são muito tristes, cheias de uma grande falta de paz. Mas também há pessoas que vivem com um maravilhoso sentido de humor e com genuína alegria. É preciso saber rir, com leveza e com verdade: não só com tanta coisa boa que há no mundo, mas também de nós mesmos.
Por vezes levamo-nos demasiado a sério, mas não há dúvida que a alegria traz a leveza que falta à nossa vida. Só é preciso descobri-la...

sábado, 15 de novembro de 2014

Fins de semana



Pois é! Durante a semana toda, sempre que o despertador toca e meto os pés no chão, desejo ardentemente o sábado e o domingo para poder dormir mais umas horinhas e assim, passo a semana toda a sonhar com o fim-de-semana.
Hoje, acordei fresquíssima e com aquele pensamento de "aahhh, que bom é o fim-de-semana para poder dormir até mais tarde". 
Saltei da cama toda animada e cheia de energia para começar um sábado com tarefas minhas, como começar por ir ao cabeleireiro. 
Olho para o relógio para confirmar que "devem ser umas 9h".
De facto, eram quase...6h30...a hora que costumo acordar todos os dias!
Eu devia ter desconfiado que ainda não eram horas aceitáveis para alguém se levantar a um sábado, até porque a minha gatinha continuava a dormir profundamente aos meus pés...
O pior é que já não consegui dormir mais e quando é assim, sinto-me enganada, mas o que fazer se o nosso relógio biológico é mais forte que a nossa vontade?
E vivam os fins de semana!

terça-feira, 4 de novembro de 2014

O cozinheiro

Sou uma apreciadora de um bom prato de comida. Com esse intuito, eu e dois colegas decidimos ir até a um restaurante de preços populares, que já estava aberto há alguns anos e onde até se comia razoavelmente, embora a comida não fosse das melhores, eu ia ali almoçar regularmente com a família e colegas.
Depois, a comida tornou-se péssima, mal confeccionada e os pratos portugueses alterados (para pior) por terem contratado um cozinheiro filipino, que fazia as alterações conforme o paladar dele, o que “enxotou” com a clientela, ficando o restaurante quase às moscas.
Num rasgo de desespero, o dono, decidiu contratar um cozinheiro português e… voilá! Aos poucos, os clientes começaram a voltar, devido a uma boa divulgação de boca a boca.
Decidimos então experimentar. De facto, dos três pratos diferentes que nós pedimos e que provámos uns dos outros, a comida estava excelente.
Então, chamámos o cozinheiro, que apareceu na nossa mesa com um ar preocupado.
- “Só o chamámos para lhe dar os parabéns, estava tudo perfeito”!
Ele olhou para mim e depois para os outros, com um olhar suspenso, como se esperasse algo que eu ou os meus colegas viéssemos a complementar de negativo, por isso, quando terminei a frase ele acrescentou:
- "Mas...?"
- “Amigo, nós não temos nenhum "mas” a acrescentar. Toda a comida está impecavelmente saborosa e bem servida e nós só o chamámos para lhe dizer isso mesmo. Pode continuar a fazer este excelente trabalho e queríamos dar-lhe os parabéns apenas e só.”
Ele sorriu um tanto atrapalhado e despedimo-nos todos com um aperto de mão e voltámos a dar-lhe os parabéns por ser tão bom profissional.
Quando saímos do restaurante comentámos satisfeitos que assim deveria ser: quando alguém faz um bom trabalho, temos o dever de o elogiar, seja por incentivo, seja pela nossa sinceridade em termos gostado de facto do seu trabalho. Realmente a maioria das pessoas só abordam alguns profissionais, para apontar problemas ou falar mal dos serviços. Quando tudo corre bem, são incapazes de dar um elogio.
Não sei se foi pela nossa atitude ou se é por feitio, mas o que é facto, é que sempre que lá vamos almoçar, encontramos um cozinheiro sorridente, que vai até às mesas perguntar se está tudo bem e se gostamos da comida…