quinta-feira, 25 de julho de 2013

Um susto dos diabos...

Já se passaram muitos anos e, de vez em quando lembro-me de uma situação, que me leva a sorrir ao lembrá-la.
Tinha os meus dezanove anos e namorava eu um rapaz, que morava numa cidade distante da minha casa. Claro que eu vivia com os meus pais e irmãos, por isso, quando queríamos estar mais “aconchegados”, íamos para uma pensão em Lisboa, e ali tudo corria lindamente.
Tudo aconteceu num dia, quando vínhamos de um jantar de casa de uns amigos e eu tinha de chegar a casa mais cedo, por isso não havia tempo para irmos até à “nossa” pensão habitual, porque ficava bastante longe e decidimos por isso, trocar uns carinhos, ali mesmo no carro.
O meu namorado procurou uma ruela escura, sem trânsito e sem movimento, e após alguns beijinhos e muitas festinhas, ele começou a ficar muito excitado…começou por tirar a camisola, baixou as calças, puxou-me o vestido para cima e os preliminares continuaram.
Comecei a protestar, porque podia aparecer alguém e ver-nos naquele preparo, mas ele contrapunha todos os meus argumentos, que os vidros eram escuros, que aquela rua estava deserta àquela hora, que não demorávamos nada e, foi tirando as calças…
Baixou o meu banco todo para trás e já estava em cima de mim, preparando-se para dar uma rapidinha, quando de repente uma luz forte incidiu frente ao nosso carro.
Atordoados e aflitos endireitámo-nos atabalhoadamente e para nossa aflição, vimos que o tal carro tinha uma luz giratória: era a policia!
Desci o vestido e endireitei de imediato o banco, quando a policia bateu no vidro do carro, eu estava com o ar mais angélico do mundo.
O polícia bateu no vidro e quando o meu namorado o abriu, vimos que ele tinha uma arma apontada para nós e gritou:
- “Saiam já do carro!”
Eu abri a porta e saí logo, olhando fixamente para o guarda, enquanto ele continuava com a arma apontada, a berrar com o meu namorado:
- “Eu disse para sair com as mãos levantadas, JÁ!”
Ele tentava puxar as calças para cima e balbuciou aflito:
- “Já vou senhor guarda, quero só puxar as calças para cima, por favor”
- “O quê? Está sem calças?”
Então, fez um ar de gozo, olhando ora para mim, ora para ele e chamou o colega, segredou-lhe qualquer coisa e os dois riram-se.
- “Ah bom, escolheram este lugar para pecar?”
- "Senhor guarda, somos dois cidadãos livres e só estávamos a namorar um pouco, qual é o mal disso?” Dizia o meu namorado, já irritado com o sarcasmo dos dois idiotas, que se estavam a aproveitar da situação e, pelos vistos, estava a dar-lhes imenso gozo ao ver a nossa aflição.
Pediram-lhe os documentos, revistaram o carro todo e fizeram-nos um monte de perguntas, estávamos a ver que ainda íamos parar à esquadra, o que era uma chatice, porque já começava a ficar tarde para eu regressar a casa.
Reparei então, que uma vizinha, que aparentava uma certa idade, estava ali parada junto ao portão de uma casa, do outro lado da rua e observava toda esta cena.
Finalmente, os polícias pareciam convencidos da nossa inocência. Depois de muitas recomendações, que não devíamos estar em lugares escuros em ruas desertas, pois corriamos o risco de ser apanhados por criminosos e que havia lugares mais apropriados para estarmos juntos, etc, etc, foram-se embora.
Aprendemos o seguinte com esta assustadora lição: o importante é tomar algumas precauções, principalmente NUNCA tirar a roupa toda e ter a certeza que não há nenhuma velha filha da puta, que vá ligar para polícia, porque tem um carro suspeito parado perto da casa dela…




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