terça-feira, 20 de agosto de 2013

Desentendimentos...

Fomos passar o dia em casa do meu irmão. Depois do almoço, descobri a minha sobrinha mais nova, amuada a um canto, de lágrimas nos olhos. Fiz-lhe uma festa nos cabelos e indaguei:
-“Então minha querida, o que se passa?”
A resposta veio em forma de explosão, à mistura com muitas lágrimas: -"Nunca mais falo com ela, é minha irmã, devia ser minha amiga, mas não é, pronto!”
As lágrimas a correrem pela face abaixo com uma voz convicta e certa demais para uma criança de 7 anos, deixa qualquer um a pensar "Uau. Isto está complicado!”
Resolvi chamar as duas partes das queixosas e ouvir (ou pelo menos tentar) as versões das duas. Não é nada fácil ser moderadora numa discussão entre dois seres do sexo feminino, principalmente quando uma delas é demasiado autoritária e teimosa e a outra demasiado sensível.
O facto de terem apenas 7 e 9 anos, estavam as duas empenhadas em terem razão, tal era o palavreado usado em sua defesa.
A mais velha dizia -"Eu não preciso de ti para nada e sempre que te quero ajudar, tens a mania que sabes tudo e quando te peço para me trazeres alguma coisa, finges que não ouves ou respondes mal, por isso acabou-se, não quero saber mais de ti, nem volto a ajudar-te, nem sequer quero ser tua amiga, porque tu também não és minha amiga".
A outra continuava a derramar lágrimas de desilusão pela perda da confiança da irmã. Confesso que a dada altura a única coisa que conseguia fazer era sorrir, porque aquelas duas crianças, ainda tão pequenas, já discutem como gente grande e por motivos de gente grande, em vez de aproveitarem a maravilhosa infância que lhes resta.
Mas irmãos ou irmãs, é sempre assim, ou são os ciúmes ou vigora a autoridade da irmã mais velha.Lembro-me que com o meu irmào, às vezes tinhamos aa nossas discordâncias...
No entanto, senti pena da mais nova, por ser a mais sensível e porque aquela criança que chorava aos 7 anos sem ter muito de quê, pela vida fora vai ter desilusões muito piores e lágrimas muito mais dolorosas que aquelas.
Também senti pena da outra, por ser teimosa e autoritária, porque com 9 anos é já demasiada orgulhosa para ceder, para perdoar e para dar outra oportunidade à irmã, até porque já acredita que não precisa da família para nada.
Felizmente que foi só uma discussão de crianças sobre problemas de gente grande. As lágrimas tinham secado e a discussão com as ameaças, estavam esquecidas, porque depressa estavam as duas sentadas ao computador a jogar…
Boa sorte meninas! Não é fácil ser-se mulher num mundo de (cada vez mais) mulheres!

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