terça-feira, 25 de outubro de 2011

Passeando por HONG KONG

Durante a semana passada, tive cá família e amigos que vieram espreitar como é a vida na China. É claro que andei super atarefada a mostrar-lhes os encantos de Hong Kong e arredores.
Eu moro aqui na zona de em Kowloon, que é a área do continente, que faz fronteira com a China propriamente dita.
Para os mais fanáticos pelas compras, Hong Kong é o que há de melhor para escolher computadores e muitas novidades de produtos electrónicos, que devem ser comprados sempre com a indicação de quem conhece as lojas, não só para evitar transtornos com falsificações, como as lojas fecham com uma facilidade fantástica. O local onde hoje se vendia aparelhagem electrónica, uns dias depois, já pode ser uma padaria, ou um pronto a vestir…
Como se pode ver, temos sempre à nossa disposição uma frota de autocarros, que nos levam para toda a parte da ilha e dos Novos Territórios. Mas quando se trata de descobrir a cidade, o sistema ferroviário de Hong Kong, o MRT, é mais rápido e eficiente, cobrindo a maior parte das zonas de interesse. Para quem fica alguns dias em Hong Kong, basta comprar um "Octopus Card" – um cartão recarregável com tarifas mais baixas. Custa HK$ 150.00, dos quais HK $50 são reembolsáveis, quando entregar o cartão, e os HK$100 remanescentes são o ponto de partida para viajar. Aqui fica a dica.
Este é precisamente o contraste de Hong Kong, que o torna único no seu dia a dia. Viemos a esta zona mais pobre, porque é aqui que vive a minha empregada filipina. Por terem um salário baixo, juntam-se com outras, para ajudar a pagar a renda (são altissimas) do minusculo apartamento.
É muito diferente das outras zonas mais sofisticadas e por isso mesmo, mais caóticas, onde se encontram os grandes Centros Comerciais, hoteis e restaurantes.
O território que compõe Hong Kong, é formado pela península de Kowloom, pela ilha de Lantau, por outras regiões, chamados “novos territórios”, e ainda existem muitas outras ilhotas (mais de 200), na sua maioria habitadas.
Os residentes, entre outros que estão de passagem, são de várias raças e credos e aqui continuam a cultivar as suas raízes, não só culturais, como religiosas, sejam nas suas opiniões, ou em relação à religião. Continuam a rezar e a fazer oferendas nos mais de 600 templos existentes, desde jovens aos velhos e crianças, em templos dispersos através de todo território.
Passeando por entre a multidão, sentimos o agitado coração das ruas, numa vibração constante de uma cidade que nunca dorme...

Hong Kong era apenas uma porçãozinha de terra, mas o apetite inglês anexou também parte do território da China continental, onde estão a Península de Kowloon e os Novos Territórios e ainda outras 259 ilhas, como Lantau, Lamma e Cheung Chau, etc, etc. Ainda assim, trata-se de pouca terra para uma população de mais de 7 milhões de habitantes, o que faz a cidade ter uma das maiores densidades demográficas do mundo.
Nos 155 anos de domínio inglês, os habitantes apesar de mergulharam numa sociedade de consumo, não se esqueceram das suas tradições milenares. Os chineses de Hong Kong, cujo nome significa Porto das Fragrâncias, é de longe o mais visível, está nas vitrines dos restaurantes com os patos e frangos cozinhados, pendurados pelo pescoço, nos andaimes de bambu que sustentam a construção de prédios altíssimos, nos carrinhos de dim sum (tradição da culinária chinesa), nas lojas de ervas medicinais, nos seus templos taoístas e nas placas com ideogramas que colorem as ruas.
Farmácia de medicina chinesa
Fomos dar um pulinho aqui perto, ao templo de Wong Tai Sin, que fica encravado entre edificios altos. Outrora isolados, mas quando as cidades começam a crescer, eles ficam um tanto deslocados no meio de enormes arranha-céus.
Tivemos sorte em não apanhar aqui ninguém no momento desta foto, porque normalmente este templo está sempre cheio de seguidores, que queimam incensos, rezam e consultam as caixas da fortuna, onde há pequenos manuscritos sobre seu futuro.
Os isensos gigantes que se vêm pendurados no tecto, são ofertas de promessas, tal como nós oferecemos à igreja velas grandes em agradecimento de uma cura ou uma promessa cumprida...
O passeio por Hollywood Road, (Avenida das Estrelas), é uma das avenidas mais antigas de Hong Kong.
Conhecida por homenagear algumas estrelas na sua calçada da fama, possui diversas estátuas de gente famosa e conhecida dos grandes écrans.
Chamou-nos a atenção de uma estátua do Bruce Lee em tamanho real, actor muito admirado pelos seus filmes de "Kung Fu", na sua maioria, rodados em Hong Kong, que lhe prestou esta homenagem.
Esta avenida (das estrelas), tem imensas estátuas em bronze, mas também guarda uma atracção emocionante: o Templo Man Mo, construído em 1847 para homenagear as deusas da Literatura e da Guerra. Até hoje, o lugar é visitado por muitos devotos, que acendem gigantescos incensos em espiral, deixam o ar dentro do templo quase irrespirável, mas igualmente perfumado em toda a área.
Saindo do templo, a escada rolante pública, que liga o Soho à  "Central", possui quase 800 metros de degraus eléctricos, com uma só direcção, alternada apenas nos horários de maior afluência.
Depois descemos o Convention Center, decidimos atravessar o rio a bordo de um desses simpáticos barquinhos verdes, que são considerados atracções para quem visita a cidade.

Aliás, para atravessar a baía basta entrar num ferry (barco) que fica no terminal do Star Ferry, numa zona chamada “Central”.
Eles são a maneira mais barata de chegar ao lado oposto do porto, porque os autocarros, que atravessam um túnel por debaixo de água, demoram mais, devido ao intenso tráfico.

Aqui do rio, vê-se todos os edifícios que dão às margens um espectáculo único, as máquinas fotográficas disparam incansáveis na ânsia de reter nas suas objectivas, estas imagens fantásticas. Este edifício, é o Centro de Convenções em Kowlonn.

Apanhámos o barco rumo à ilha de Lantau, que continua a ser uma área pouco explorada, mesmo tendo o dobro do tamanho da ilha de Hong Kong. As paisagens começam logo a entusiasmar os apaixonados pela fotografia, conforme o autocarro vai dando as curvas, depara-se com fantásticas paisagens como esta.
É nesta ilha, que ficam a Disneylândia, o Templo de Po Lin e a grande atracção, o Buddha gigante, junto ao Templo Po Lin. Hhá ainda o teleférico Ngong Ping 360, que desce da lha, até o aeroporto de Hong Kong.

A visita ao Buddha gigante foi um dos pontos altos do nosso passeio, porque é de facto algo imperdível. A maior estátua de bronze ao ar livre do Buda sentado, está sobre um altar de pedra de Ngong Ping e é de uma beleza impressionante. A estátua tem 220 toneladas, 26 metros de altura e é toda em bronze. Para se alcançar os seus pés, tem de se subir uma escadaria com cerca de 270 degraus.
Sentado na tradicional posição, com uma mão abençoa os que chegam e a outra a repelir o medo que possam ter os seus seguidores, esta estátua domina o cenário e hipnotiza. Dentro dela há uma exposição que merece ser visitada (não nos deixaram tirar fotos) onde estão duas relíquias que não são mais que dois fragmentos (do tamanho de um dente) dos ossos de Sidarta Gautama (o Buda Supremo, fundador do budismo), cujo corpo foi cremado. Os fragmentos foram depois doados pelo governo do Sri Lanka.


Deixámos o grande Buda e apanhámos depois o autocarro n.º 21 para visitar a Vila de Tai O.
Esta vila, por exemplo, parece ter parado no tempo! Mercados de comida ao ar livre, mais um templo belíssimo, gente simpática e simples, pequenos barcos e cenas pitorescas. Também gostaríamos de ter ficado mais tempo por lá, mas há sempre tanta coisa para ver e o tempo começou a estar apertado...
Comprámos incenso nos dois templos visitados e acendemos todos os pauzinho, quemámos os papelinhos com os pedidos para nos dar saúde, e boa sorte para a viagem de regresso da minha família e amigos.
Este templo, que tem um telhado deslumbrante, muitas figuras diferentes de guardiães, alguns de cara zangada e de gestos defensivos, que estão ligadas à religião. …
Um dos guardiães do templo de Tai O, por exemplo, tem o dedo levantado num gesto pouco amigável e nada educado... mas aqui na China, dizem, que não tem a conotação que damos em Portugal.
 Não pode faltar um passeio pela Nathan Road, principal rua sem trânsito e de comércio de Kowloom que é conhecida como “Golden Mile”, por ter imensas lojas e hotéis ao longo do seu percurso.
Há lojas sofisticadas com artigos muito caros, em contraste com áreas muito populares, tudo na zona de "Central". Mesmo assim, existe uma multidão de compradores, que se dividem tanto pelas lojas de marcas, como as mais populares de produtos chineses, o que torna imperdível, um passeio por esta região.
À noite, nada melhor para fazer a digestão, que andar pelas ruas de Kowloon à beira-mar, tendo como cenário os prédios iluminados da ilha de Hong Kong. Encontramos sempre muita gente que faz por ali os seus passeios diários. Em dias marcados, costuma haver a “Sinfonia das Luzes”, um show com holofotes de luzes e de som, que se projectam nos prédios, que ficam espalhados pelo porto, deixando multidões espantadas, que vão soltando os seus característicos Ahhhhh’s e ohhhhhh’s de admiração.

(Continua no próximo post)







1 comentário:

  1. A região onde sua empregada mora faz parte de Kowloon? Qual o nome do bairro? Existe mais regiões pobres em Hong Kong?

    ResponderEliminar