terça-feira, 18 de outubro de 2011

A.O.? Não, obrigada!

Não vejo lógica nem coerência neste acordo: não tenho nada contra o português do Brasil, nem contra o português dos outros países onde se fala a nossa língua com nuances, mas ainda menos contra o português de Portugal.
São diferentes realidades históricas e culturais, com pontos comuns e pontos divergentes. É isso que faz a sua riqueza. Por quê empobrecê-la "por decreto"? A Língua Portuguesa é património nacional e não pode ser alterada na sua expressão escrita por decretos impostos por políticos que nem sequer leram o AO.

Acordo Ortográfico ... em «direito comparado»
Vejam alguns exemplos:


Em
Latim
Em Francês
Em Espanhol
Em
Inglês
Até em Alemão, reparem
O velho Português
(o que desleixámos)
O novo Português
(o importado do Brasil)
Actor
Acteur
Actor
Actor
Akteur
Actor
Ator
Factor
Facteur
Factor
Factor
Faktor
Factor
Fator

Tact
Tacto
Tact
Takt
Tacto
Tato
Reactor
Réacteur
Reactor
Reactor
Reaktor
Reactor
Reator
Sector
Secteur
Sector
Sector
Sektor
Sector
Setor
Protector
Protecteur
Protector
Protector
Protektor
Protector
Protetor
Selection
Seléction
Seleccion
Selection

Selecção
Seleção

Exacte
Exacta
Exact

Exacto
Exato



Except

Excepto
Exceto
Baptismus
Baptême

Baptism

Baptismo
Batismo

Exception
Excepción
Exception

Excepção
Exceção



Optimum

Óptimo
Ótimo

Se a origem está na Velha Europa, porque é que temos que imitar os do outro lado do Atlântico?
Mais um crime na Cultura Portuguesa e, desta vez, provocada nossos intelectuais da Língua de Camões.
Será que ninguém faz frente aos ditos intelectuais, que fizeram este acordo?
Sou contra este acordo ortográfico. Tendêncialmente resvalamos para uma escrita fonética. Mais, se se derem ao trabalho de consultarem dicionários editados e revistos desde meados do século XX, verificam duas coisas: o desaparecimento de palavras e a restricção do significado de outras.

Pior ainda, é ver que sectores da sociedade portuguesa com grandes responsabilidades culturais se remeteram ao silêncio, principalmente os senhores professores de português.
Outras marteladas se vão dando na língua portuguesa perante indiferença da maioria, veja-se: no Direito, inventou-se o adjectivo PARENTAL que tenta andar de mãos dadas com a milenar expressão Poder Paternal (patria postestas).
Quem levanta a voz para esclarecer os senhores políticos?!
Eu escreverei sempre em português de Portugal.





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