sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Arco Íris



Haverá um pote de ouro no fim do arco-íris? Eis o sentido de uma lenda que pode ser real, dependendo de cada um. Mas já chegaremos até ao pote, após a compreensão das sete cores e do seu vasto significado:

O VERMELHO da necessária paixão que impulsiona e cria experiências novas, alimentadas pelo direito de sonhar. É a que possui menos energia espiritual, mas vem da matéria palpável, por isso condensa a força da terra, barro santo de onde surgimos, para recriar possibilidades de reinventarmos o milagre da vida.

O LARANJA é o sol, ensinando-nos a manter um dos bens supremos: a saúde, que nos dá a oportunidade de viver, de caminhar a cada trecho do caminho. Sol que perpassa átomos e células, que nos incita a desenvolver asas, a sonhar com a absorção do brilho de auréolas.

O AMARELO da inteligência, herança do Criador em nós. Silenciosa chama sem combustão, que nos permite reflectir, analisar, ponderar. Associada ao vermelho rubro da paixão, impulsiona e concede-nos a construção do real. A inteligência – luz antes da luz, energia criativa antes do verbo – pensamento que gradativamente se enriquece na vivência, transmutando-se em prudência e sensatez.

O VERDE da clorofila das matas, da renovação das naturais belezas, que nos alimenta e ensina que somos parte da terra, dela viemos e a ela retornaremos, eternos caminhantes e aprendizes.

O AZUL da liberdade, cuja compreensão almejamos, mas que ainda não se tornou em voo ou em paz da consciência, e esta tem muitas maneiras individuais de ser conquistada.

O ANIL é a noite que guarda tantas estrelas. E de fé: semente do dia a nascer, pois tudo pode se transformar no curto período de uma noite, para outra manhã que nasce. O Anil, sendo noite que se transforma ou madrugada que chega, é uma luz insinuada, que acena pela busca da verdade e do caminho que transcende.

O VIOLETA, que está do outro lado do arco, parece ser o oposto do vermelho. Na verdade, é complemento e sequência. É o fogo que deixou de arder, é a substância consumada pela cinza, a metamorfose da acção para a contemplação. Anuncia e nos faz compreender tristezas inevitáveis, que nos conduzem ao aprofundamento do espírito, pois tudo é indispensável na vida: as alegrias são importantes, as tristezas são necessárias. É a cor de mais energia espiritual, pois dela, vem a meditação sobre verdades eternas.

A insensatez, é a ausência de todos os conhecimentos, é a escuridão da noite sem estrelas.
O conhecimento da harmonia das cores, aplicadas na nossa vida, surge quando há uma LUZ captada no prisma, transformando-se no BRANCO da paz interior.
No fim do arco-íris há um pote, sim. E esse pote com o tesouro dentro, chama-se SABEDORIA, e é um facto que só temos direito de encontrá-lo após vivenciarmos cada etapa da vida, profundamente bem vivida na dor e no riso.

(A interpretação das cores foram retiradas do texto "Sobre a Cinza e o Fogo: Pequenas Reflexões")



Sem comentários:

Enviar um comentário