terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Uma canção de Henri Matisse

Duas pinturas de Henri Matisse


Uma velha canção está a tocar. Fico na dimensão de um tempo que não passa. Tudo passa, mas a minha nostalgia é por um tempo que ainda não vivi. A música acompanha os sentidos para dotar a alma humana de uma existência que estava ausente. Estive ausente na juventude. Existo hoje tão somente pela velha canção que escuto.

Há canções assim...aquelas que apenas a alma de cada um sabe entender. Há momentos em que podemos existir com tudo, mesmo podendo apenas escutar um simples timbre.
Momentos sublimes assim, eu percepciono-os em mim.


Desde muito jovem, o pintor Henri Matisse costumava visitar semanalmente o grande pintor Renoir no seu atelier.
Quando Renoir foi atacado por artrite, Matisse passou a fazer-lhe visitas diárias, levando alimentos, pincéis, tintas, mas sempre procurando convencer o mestre de que estava a trabalhar demais, e precisava de descansar um pouco.
Certo dia, notando que a cada pincelada fazia com que Renoir gemesse de dor, Matisse não se conteve:
- "Grande mestre, a sua obra já é vasta e importante. Por que continua a torturar-se desta maneira?
- "Muito simples", respondeu Renoir: -"A dor é passageira, mas a beleza permanecerá".
(Paulo Coelho)

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