terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Mais um Natal em Hong Kong


Os presentes estão todos comprados, embrulhados e devidamente acondicionados em saquinhos individuais, prontinhos a embelezar a árvore de Natal, que depois de distribuídos aos seus destinatários, nos vai iluminar a noite.
Apesar de estar muito longe do meu país, as saudades dos cheiros dos fritos na minha cozinha, deixam a minha imaginação voar para os outros anos, em que eu era pequena e rondava a bancada da cozinha para roubar uma filhós, sobre os ralhos divertidos da minha mãe.
Hoje tenho "enxutado" o meu marido e um dos filhotes que teimam em vir roubar os bolinhos a sair do forno...
Mas o espírito natalício atingiu o pico máximo aqui em Hong Kong, onde não há lugar para nostalgias. As ruas estão lindas, tão enfeitadas como qualquer rua de Portugal e, apesar de não pertencer à cultura chinesa este tipo de festa de origem católica, sente-se da mesma forma as energias da alegria natalícia, pelo movimento das ruas onde as pessoas apressadas fazem as suas compras, festejando igualmente esta época como se da sua se tratasse. É uma herança deixada pelo colonialismo inglês e que ficou bem enraizada na cultura chinesa de Hong Kong, como em qualquer país europeu, as pessoas sorriem quando se cruzam connosco e são amáveis umas para as outras, sente-se por isso no ar, a festa!

E eu sinto-me pronta para partilhar a noite de Natal entre bacalhau, batatas, couves e grelos, aletria, leite creme, pão de ló, bolo-rei (trouxeram-me de uma pastelaria portuguesa de Macau, aqui ao lado), rabanadas, mousse de chocolate, nozes, pinhões, muitos pinhões, chá, bolinhos a sair do forno, cheiros, sorrisos, trocas de prendas e momentos bons que vão ficar na nossa memória. Isto é o Natal!!

Para todos, desejos sinceros de uma santa noite de Natal!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Pôr-do-sol

O pôr do sol hoje, num dia de inverno!
Temos ou não motivos para adorar a natureza em todo o seu esplendor?
Continuo a achar que o melhor da vida são estes pequenos pormenores, estes pequenos nadas, estes momentos...só temos de estar atentos a cada detalhe e com certeza encontraremos motivos para fechar os olhos, respirar fundo, sorrir e deixar de pensar em coisas tristes.
Um final de semana com muitos sorrisos para todos!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Coração acelerado...


Não tenho a mania das doenças, mas o que é facto é que de vez em quando, sentia um mau estar, com o coração acelerado, que parecia querer saltar-me do peito.
Queixei-me à médica de clinica geral, que me mandou fazer um electrocardiograma.
O técnico depois de terminar o exame, garantiu-me que estava tudo bem, o que foi depois confirmado pela médica ao observar a papeleta do exame. Fiquei descansada e pensei que seria mania minha.
Porém, de vez em quando e sem razão aparente, lá sentia aquela desagradável sensação de agonia e de que o coração parecia querer saltar do peito.

Um mês depois, insisti com a médica que algo não estava bem. De certeza! Pedi para fazer um exame com prova de esforço (às vezes parece que temos de ensinar os médicos a fazer o seu trabalho)
Novo electrocardiograma marcado e que me obrigou a correr na passadeira, sob o olhar do cardiologista e, afinal, chegaram à conclusão que o problema está mesmo no coração e não na minha cabecinha: desta vez foi o médico cardiologista que me disse que tenho um "não-sei-o-quê supraventricular", uma doença congénita, felizmente benigna, que provoca arritmias cardíacas e que levam o meu coraçãozito a bater acima das 200 pulsações, assim de repente, vindo do nada, causando-me a pior sensação do mundo.
Depois, foi-me tudo explicado com mais calma e o que se passa, é ao nível dos componentes eléctricos do coração, na condução dos sinais e sangue durante as batidas.
Existem 2 caminhos de condução, o organismo normal usa apenas um. Eu, de vez em quando, “lembro-me” de usar os dois e então acontecem as tais 200 batidinhas assim de repente, e, em linguagem leiga, foi isto que percebi.
Deram-me uma medicação fraca para começar, na tentativa de controlar a situação.
Estou mais descansada por saber que não é nada de muito grave, mas ainda não me habituei à ideia de ter estas acelerações inesperadas, que surgem tão de repente e que me deixavam assustada e que agora posso controlar com os tais comprimidos.
Mas o coração, nesta caso, no sentido exacto da palavra, às vezes prega-nos cada susto…

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Cão doente...



Uma das vantagens de viver diariamente numa terra de cheiros, ou seja, desde as vizinhas que passam a vida a cozinhar algo que cheira a podre, as ruas, que muitas das vezes exalam diversos odores que desafiam os sentidos e a resistência humana, etc, chegamos a casa depois de um dia cansativo e descobrirmos que o nosso cão velhote teve uma crise de diarreia no nosso quarto.
Ah se ao menos ele soubesse ir à sanita quando tem estas crises, como certos bichinhos que nós vemos nos "apanhados" e nas redes sociais, livrava-me desta "pesada" e mal cheirosa tarefa.
Sem pensar duas vezes e rapidamente, arregaçamos as mangas e toca a limpar toda aquela porcaria como se nada fosse. E ainda animamos com festinhas, o cãozinho doente...
Acho que ando anestesiada…

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Alegria

Quando pensamos em “alegria” desenha-se na nossa mente como risinhos e gargalhadas, ou como ter sorte e acontecer o que queremos, ou então como o estágio antes da bebedeira: “olha para ele, já está alegre!“. Outras vezes pensamos na alegria como uma infantilidade para a qual a nossa vida responsável e adulta não tem tempo.
Já o poeta inglês William Shakespeare dizia que a alegria podia evitar mil males e prolongar a vida.
Mas a alegria não é só isto, é muito mais que uma fantasia, uma distracção ou uma bebedeira. É algo que pode mudar a nossa vida e a das pessoas que nos rodeiam. É algo interior que se cultiva e que dá frutos das mais variadas formas.
A maioria das pessoas andam abatidas e tristes por causa das dificuldades que têm de suportar, mas as pessoas mais alegres não são as que nunca sofreram. Por vezes são precisamente as que mais sofreram.


Mas a alegria mostra-nos que o nosso sofrimento não é o centro do mundo. A alegria pode crescer mesmo no meio das piores dificuldades, pois na verdade, é muito tentador deixar a alegria depender da sorte ou azar, mas não se tente pela vitimização.
Há pessoas que se riem muito e são muito tristes, cheias de uma grande falta de paz. Mas também há pessoas que vivem com um maravilhoso sentido de humor e com genuína alegria. É preciso saber rir, com leveza e com verdade: não só com tanta coisa boa que há no mundo, mas também de nós mesmos.
Por vezes levamo-nos demasiado a sério, mas não há dúvida que a alegria traz a leveza que falta à nossa vida. Só é preciso descobri-la...

sábado, 15 de novembro de 2014

Fins de semana



Pois é! Durante a semana toda, sempre que o despertador toca e meto os pés no chão, desejo ardentemente o sábado e o domingo para poder dormir mais umas horinhas e assim, passo a semana toda a sonhar com o fim-de-semana.
Hoje, acordei fresquíssima e com aquele pensamento de "aahhh, que bom é o fim-de-semana para poder dormir até mais tarde". 
Saltei da cama toda animada e cheia de energia para começar um sábado com tarefas minhas, como começar por ir ao cabeleireiro. 
Olho para o relógio para confirmar que "devem ser umas 9h".
De facto, eram quase...6h30...a hora que costumo acordar todos os dias!
Eu devia ter desconfiado que ainda não eram horas aceitáveis para alguém se levantar a um sábado, até porque a minha gatinha continuava a dormir profundamente aos meus pés...
O pior é que já não consegui dormir mais e quando é assim, sinto-me enganada, mas o que fazer se o nosso relógio biológico é mais forte que a nossa vontade?
E vivam os fins de semana!

terça-feira, 4 de novembro de 2014

O cozinheiro

Sou uma apreciadora de um bom prato de comida. Com esse intuito, eu e dois colegas decidimos ir até a um restaurante de preços populares, que já estava aberto há alguns anos e onde até se comia razoavelmente, embora a comida não fosse das melhores, eu ia ali almoçar regularmente com a família e colegas.
Depois, a comida tornou-se péssima, mal confeccionada e os pratos portugueses alterados (para pior) por terem contratado um cozinheiro filipino, que fazia as alterações conforme o paladar dele, o que “enxotou” com a clientela, ficando o restaurante quase às moscas.
Num rasgo de desespero, o dono, decidiu contratar um cozinheiro português e… voilá! Aos poucos, os clientes começaram a voltar, devido a uma boa divulgação de boca a boca.
Decidimos então experimentar. De facto, dos três pratos diferentes que nós pedimos e que provámos uns dos outros, a comida estava excelente.
Então, chamámos o cozinheiro, que apareceu na nossa mesa com um ar preocupado.
- “Só o chamámos para lhe dar os parabéns, estava tudo perfeito”!
Ele olhou para mim e depois para os outros, com um olhar suspenso, como se esperasse algo que eu ou os meus colegas viéssemos a complementar de negativo, por isso, quando terminei a frase ele acrescentou:
- "Mas...?"
- “Amigo, nós não temos nenhum "mas” a acrescentar. Toda a comida está impecavelmente saborosa e bem servida e nós só o chamámos para lhe dizer isso mesmo. Pode continuar a fazer este excelente trabalho e queríamos dar-lhe os parabéns apenas e só.”
Ele sorriu um tanto atrapalhado e despedimo-nos todos com um aperto de mão e voltámos a dar-lhe os parabéns por ser tão bom profissional.
Quando saímos do restaurante comentámos satisfeitos que assim deveria ser: quando alguém faz um bom trabalho, temos o dever de o elogiar, seja por incentivo, seja pela nossa sinceridade em termos gostado de facto do seu trabalho. Realmente a maioria das pessoas só abordam alguns profissionais, para apontar problemas ou falar mal dos serviços. Quando tudo corre bem, são incapazes de dar um elogio.
Não sei se foi pela nossa atitude ou se é por feitio, mas o que é facto, é que sempre que lá vamos almoçar, encontramos um cozinheiro sorridente, que vai até às mesas perguntar se está tudo bem e se gostamos da comida…