Já se passaram muitos anos e, de vez em quando lembro-me de uma situação, que me leva a sorrir ao lembrá-la.
Tinha os meus dezanove anos e namorava eu um rapaz, que morava numa
cidade distante da minha casa. Claro que eu vivia com os meus pais e irmãos,
por isso, quando queríamos estar mais “aconchegados”, íamos para uma pensão em
Lisboa, e ali tudo corria lindamente.
Tudo aconteceu num dia, quando vínhamos de um jantar de casa de
uns amigos e eu tinha de chegar a casa mais cedo, por isso não havia tempo para
irmos até à “nossa” pensão habitual, porque ficava bastante longe e decidimos
por isso, trocar uns carinhos, ali mesmo no carro.
O meu namorado procurou uma ruela
escura, sem trânsito e sem movimento, e após alguns beijinhos e muitas
festinhas, ele começou a ficar muito excitado…começou por tirar a camisola,
baixou as calças, puxou-me o vestido para cima e os preliminares continuaram.
Comecei a protestar, porque podia
aparecer alguém e ver-nos naquele preparo, mas ele contrapunha todos os meus
argumentos, que os vidros eram escuros, que aquela rua estava deserta àquela
hora, que não demorávamos nada e, foi tirando as calças…
Baixou o meu banco todo para trás e já
estava em cima de mim, preparando-se para dar uma rapidinha, quando de repente
uma luz forte incidiu frente ao nosso carro.
Atordoados e aflitos endireitámo-nos
atabalhoadamente e para nossa aflição, vimos que o tal carro tinha uma luz giratória: era a policia!
Desci o vestido e endireitei de imediato
o banco, quando a policia bateu no vidro do carro, eu estava com o ar mais
angélico do mundo.
O polícia bateu no vidro e quando o meu
namorado o abriu, vimos que ele tinha uma arma apontada para nós e gritou:
- “Saiam já do carro!”
Eu abri a porta e saí logo, olhando
fixamente para o guarda, enquanto ele continuava com a arma apontada, a berrar
com o meu namorado:
- “Eu disse para sair com as mãos
levantadas, JÁ!”
Ele tentava puxar as calças para cima e
balbuciou aflito:
- “Já vou senhor guarda, quero só puxar
as calças para cima, por favor”
- “O quê? Está sem calças?”
Então, fez um ar de gozo, olhando ora
para mim, ora para ele e chamou o colega, segredou-lhe qualquer coisa e os dois
riram-se.
- “Ah bom, escolheram este lugar para
pecar?”
- "Senhor guarda, somos dois cidadãos
livres e só estávamos a namorar um pouco, qual é o mal disso?” Dizia o meu
namorado, já irritado com o sarcasmo dos dois idiotas, que se estavam a aproveitar
da situação e, pelos vistos, estava a dar-lhes imenso gozo ao ver a nossa aflição.
Pediram-lhe os documentos, revistaram o
carro todo e fizeram-nos um monte de perguntas, estávamos a ver que ainda íamos
parar à esquadra, o que era uma chatice, porque já começava a ficar tarde para
eu regressar a casa.
Reparei
então, que uma vizinha, que aparentava uma certa idade, estava ali parada junto
ao portão de uma casa, do outro lado da rua e observava toda esta cena.
Finalmente, os polícias pareciam convencidos da nossa inocência. Depois de muitas recomendações, que não devíamos estar em lugares escuros em ruas desertas, pois corriamos o risco de ser apanhados por
criminosos e que havia lugares mais apropriados para estarmos juntos, etc, etc,
foram-se embora.
Aprendemos o seguinte com esta assustadora
lição: o importante é tomar algumas precauções, principalmente NUNCA
tirar a roupa toda e ter a certeza que não há nenhuma velha filha da puta, que
vá ligar para polícia, porque tem um carro suspeito parado
perto da casa dela…
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