Não vejo lógica nem coerência neste acordo: não tenho nada contra o português do Brasil, nem contra o português dos outros países onde se fala a nossa língua com nuances, mas ainda menos contra o português de Portugal.
São diferentes realidades históricas e culturais, com pontos comuns e pontos divergentes. É isso que faz a sua riqueza. Por quê empobrecê-la "por decreto"? A Língua Portuguesa é património nacional e não pode ser alterada na sua expressão escrita por decretos impostos por políticos que nem sequer leram o AO.
Acordo Ortográfico ... em «direito comparado»
Vejam alguns exemplos:
Em Latim | Em Francês | Em Espanhol | Em Inglês | Até em Alemão, reparem | O velho Português (o que desleixámos) | O novo Português (o importado do Brasil) |
Actor | Acteur | Actor | Actor | Akteur | Actor | Ator |
Factor | Facteur | Factor | Factor | Faktor | Factor | Fator |
Tact | Tacto | Tact | Takt | Tacto | Tato | |
Reactor | Réacteur | Reactor | Reactor | Reaktor | Reactor | Reator |
Sector | Secteur | Sector | Sector | Sektor | Sector | Setor |
Protector | Protecteur | Protector | Protector | Protektor | Protector | Protetor |
Selection | Seléction | Seleccion | Selection | Selecção | Seleção | |
Exacte | Exacta | Exact | Exacto | Exato | ||
Except | Excepto | Exceto | ||||
Baptismus | Baptême | Baptism | Baptismo | Batismo | ||
Exception | Excepción | Exception | Excepção | Exceção | ||
Optimum | Óptimo | Ótimo |
Se a origem está na Velha Europa, porque é que temos que imitar os do outro lado do Atlântico?
Mais um crime na Cultura Portuguesa e, desta vez, provocada nossos intelectuais da Língua de Camões.
Será que ninguém faz frente aos ditos intelectuais, que fizeram este acordo?
Sou contra este acordo ortográfico. Tendêncialmente resvalamos para uma escrita fonética. Mais, se se derem ao trabalho de consultarem dicionários editados e revistos desde meados do século XX, verificam duas coisas: o desaparecimento de palavras e a restricção do significado de outras.
Pior ainda, é ver que sectores da sociedade portuguesa com grandes responsabilidades culturais se remeteram ao silêncio, principalmente os senhores professores de português.
Outras marteladas se vão dando na língua portuguesa perante indiferença da maioria, veja-se: no Direito, inventou-se o adjectivo PARENTAL que tenta andar de mãos dadas com a milenar expressão Poder Paternal (patria postestas).
Quem levanta a voz para esclarecer os senhores políticos?!
Outras marteladas se vão dando na língua portuguesa perante indiferença da maioria, veja-se: no Direito, inventou-se o adjectivo PARENTAL que tenta andar de mãos dadas com a milenar expressão Poder Paternal (patria postestas).
Quem levanta a voz para esclarecer os senhores políticos?!
Eu escreverei sempre em português de Portugal.
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