sexta-feira, 16 de maio de 2014

Viagem ao Japão



 Monte Fuji - Japão
O Japão é um dos países aqui da Ásia que me deixou maravilhada! É um arquipélago composto por 6852 ilhas, que na sua maioria, são montanhosas e com muitos vulcões.
Tem cerca de 128 milhões de habitantes e a sua capital, Tóquio, é considerada a maior área metropolitana do mundo, contendo cerca de 37 milhões de habitantes. Tem como sistema político a monarquia constitucional e como principais religiões, o Xintoísmo e o Budismo.
O Japão é conhecido por ‘’Terra do Sol Nascente’’, porque os caracteres que formam o seu nome significam ‘’Origem do Sol’’.
Mas o Japão pode ser um lugar estranho para um estrangeiro devido à sua cultura, que já ultrapassa milénios e que impressionam quem vem de fora.

Templo Kinkakuji, Kyoto, Japão

Nenhum outro país no mundo tem experimentado uma confluência de tradição, tecnologia e cultura e é um país que cresce a cada dia, havendo vários motivos para isso: um deles, é o desenvolvimento inacreditável da sua tecnologia, que é admirada em todo o planeta.
Há aqueles que tendem a ver o Japão simplesmente como um pólo económico, outros tendem a vê-lo como um país de artes marciais e há também aqueles que o encaram como um país de robôs e tecnologia.
Bem, é realmente tudo acima e muito mais do que isso. É um país que ainda mantém os seus costumes e tradições, que atraem milhares de turistas cheios de curiosidade para ver de perto os seus tradicionais usos e costumes.
Num país onde há 86 vulcões ao todo, sendo que o maior deles é o Monte Fuji, um dos símbolos nacionais do Japão, é de louvar a capacidade deste povo em conseguir contornar muitas das suas tragédias, entre elas, os constantes terramotos, com os quais o povo convive com a maior das naturalidades.
Os constantes terremotos devem-se ao encontro de três placas tectónicas situadas no país, é o choque entre elas que faz com que o Japão tenha diversos abalos sísmicos durante o ano.
As suas infraestruturas em todo o Japão são um modelo que muitos países deveriam optar, uma vez que possui óptimos meios de transportes, têm uma educação excepcional, lideram os campos da pesquisa científica, tem a segunda menor taxa de homicídios do mundo e tem um atendimento de excelência no que respeita à saúde, o que faz com que o país tenha um povo com a maior taxa de longevidade em todo o mundo.
ALIMENTAÇÃO


Quem não conhece ou já provou o famoso "Suchi" (bolinhos de arroz temperado e acompanhado com peixe cru), que tem feito enorme êxito por esse mundo fora? Mas este é apenas um dos pitéus conhecidos internacionalmente, pois existe uma infinidade de pratos que são deliciosos e igualmente conhecidos, tais como o "Tempura" (vegetais, peixes e carnes passadas por polme de farinha e fritas); "Tonkatsu" (costeleta de porco frita); os "Yakimono" (grelhados); "Yakiniku"(carne cozinhada na chapa com massa e vegetais e vem para a mesa a ferver), e muitos mais.
Na culinária tradicional japonesa são preferidos os ingredientes frescos, que são preparados com grande cuidado e alguns alimentos têm como propósito curar muitas doenças. Não é por acaso que os japoneses vivem mais, talvez porque as suas comidas não têm sal, usam produtos naturais, comem muito peixe e vegetais e quase não comem carne. Aliás, há cem anos, os japoneses não comiam carne, mas hoje, todavia, há muitas receitas deliciosas japonesas que utilizam galinha,carne de boi ou de porco.
Um dos pratos favoritos dos japoneses é feito com pedaços de galinha assada (yakitori). Outro é feito com carne cozida com vegetais e coalho de feijão de soja (tofu), servidos numa panela à mesa (sukiyaki). 
As refeições são sempre servidas com esmero e arte, com alimentos de variadas cores, que tornam os pratos alegremente multicoloridos.
Logo cedo, quer nos infantários, quer nas escolas, há o cuidado de escolher e confecionar os alimentos próprios para cada faxa étaria de idades, sendo apresentados com arte e imaginação para os isentivar a apreciar os alimentos.
Os japoneses são treinados desde a mais tenra idade para serem independentes e responsáveis com os seus objectos pessoais. Ir para a escola sozinhas (desacompanhada dos pais) faz parte da rotina das crianças, assim que saem do jardim de infância (Youchien).
Dentro das escolas, não são poucas as actividades que visam a independência dos alunos, como aulas de culinária, de costura, cuidar de hortas e de diversas tarefas domésticas. Desde cedo, aprendem que se sujam, têm de limpar, pois são eles próprios que ajudam a fazer a limpeza dentro das dependências da escola, inclusivé as casas de banho.
OS JOVENS E A MODA…

Quando eu fui ao Japão pela primeira vez, andei maravilhada com tudo o que via e aprendia, mas se tem algo que me impressionou bastante, foi as roupas que os mais  jovens usavam, com que me fui cruzando na rua.
A cultura do Japão evoluiu enormemente com o tempo, e vai muito longe da cultura do país original da existência da submissa gueixa e da mulher discreta.
As mulheres japonesas de hoje, têm lugares de destaque na sociedade. Tornaram-se empresárias, líderes nos negócios e administradoras de empresas.
São um povo laborioso, mas também muito exótico e, de há uns anos para cá, os jovens japoneses de hoje e no geral, tornaram-se arrojados na forma de se vestir e de ditar a moda.
O Japão começou a imitar moda ocidental durante o meio do século 19. Até o início do século 21, todos os estilos eram chamados por um nome só: “moda de rua”.
Esse era usado para descrever a moda, onde o usuário personalizava as suas roupas e acessórios, adoptando uma mistura de tendências actuais e tradicionais. Essas roupas ainda são geralmente feitas em casa, com o uso de material comprado em lojas, depois fotografam-se e colocam nas redes sociais e assim têm imensos seguidores.

Os rapazes, para se destacarem, usam uma maquilhagem excessiva, feita inclusivé pelos próprios rapazes, fazendo-os ficar com uma aparência meio andrógena. Muitas vezes são confundidos por travestis pelos ocidentais, pois além da maquilhagem carregada e pinturas faciais, muitos deles usam roupas muito coloridas, que seguem linhas entre o masculino e o feminino em muitos aspectos, como vestidos e saias.
Bem… eu fiquei muitas vezes embasbacada no meio mda rua a olhar para aquelas figuras dignas de um desfile de máscaras de Carnaval e só não tirei mais fotos, porque tive vergonha que viessem ter comigo zangados…
Um jovem casal, vestidos "à moda"
Mas além da forma de vestir de maneira exótica e da maquilhagem, o que também chama a atenção nos jovens, são os cabelos à moda dos “japas”!
Segundo a informação do guia, são os jovens de Harajuko que ditam a moda em Tóquio, ou seja, a forma como se vestem tem influência directa sobre a moda no Japão.
Tem tanta fama e aceitação que até existe um evento anual chamado “Splash Internacional” onde se reúnem pessoas de toda a Ásia que aderiram a essa moda e que vão ali para exibir as suas madeixas coloridas, penteados bizarros e cortes inovadores e surreais.
Outros rapazes já preferem o estilo visual kei, que é algo inspirado em estilos de heavy metal dos anos 80. Os cabelos masculinos quase na sua maioria são tingidos e possuem cortes bastante repicados com navalha, dando-lhes um ar selvagem e desarrumado

Cabelos à moda "japas"
Toda esta mistura de estranhas modas que os jovens japoneses aderiram em massa, tem a ver com a Cultura Pop, que é uma combinação altamente influente do cinema, televisão e da música pop em todo o mundo importada… da América.

“Cair 7 vezes e levantar-se 8” - Esta é uma palavra que define bem a índole do povo japonês, cujo carácter e determinação são baseados em princípios de valores éticos e morais, que estão profundamente enraizados na cultura japonesa.
A segunda guerra, deixou o país destruído e sem rumo, sem contar com os sucessivos episódios de desastres naturais, que são acometidos no Japão de tempos a tempos, como terremotos e tsunamis, mas conseguiram superar todas as dificuldades e com muita obstinação, investiram na tecnologia e na indústria automotiva e conseguem estar hoje entre as maiores potências do mundo, mesmo com algumas instabilidades económicas pelo percurso.
Por piores que sejam os obstáculos, a nação japonesa sabe dar a volta por cima e não desiste facilmente, vamos tendo inúmeras provas disso.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

As crianças e a Morte

Eduardo está triste há já algum tempo. Morreu a sua gatinha Mia que tinha só 3 anos. Eduardo tem 9 anos e sentiu muito esta perda. Desenha a Mia numa folha de papel A4, ela pequenina, no centro da folha. Ele gostava muito daquela gata de pêlo amarelo que era a sua companheira e, à hora de dormir, ela enroscava-se aos pés da cama até ele adormecer. Sentia muito conforto com essa presença todas as noites. Agora, a sua cama é um grande vazio.
Lidar com a morte, não é um tema fácil para ninguém, mas para as crianças que se vêm confrontadas com algumas perdas de familiares ou animais de estimação, torna-se embaraçoso explicar e confortar
Para afastar a tristeza, é bom “comer doces”, diz cabisbaixo o Eduardo. Comer doces está na sua “caixa de ferramentas do coração” — foi assim que foi baptizada a “caixa de ferramentas” que ele e os colegas de turma da sua escola foram desafiados a conceber.
Nesta caixa, não há martelos nem berbequins. Há uma lista de coisas que cada um desenhou, coisas que usariam para lidar com a morte — de um gato de estimação, de uma tartaruga, de um primo afastado ou de uma avó.
Que ferramentas foram postas na mala pelos alunos do ensino básico de uma das escolas?
- “Lenços de papel, para se chorar”, diz uma menina. “Flores e velas”, diz outra. “Rezar à noite”, “ir ao funeral”, “ter sempre uma fotografia para lembrar a pessoa que desapareceu”, “fazer uma coisa que distraia e faça pensar em coisas boas”, como jogar PlayStation, futebol ou comer doces. Comer doces foi referido por vários alunos, para além do Eduardo.
Noutras escolas, os conselhos para adquirir novas “ferramentas” são muitos, como por exemplo: “Comprar um animal de estimação e dar-lhe o nome da pessoa que morreu”
 “Fazer o prato preferido da pessoa que morreu, pôr um lugar vazio na mesa e depois comer.”
Um rapaz desenhou uma embalagem de Betadine, chamou-lhe “Métádine” e explicou que esta pomada é o que se põe nas feridas para curar. Às vezes arde, mas cura e é importante ter sempre uma à mão em todas as “caixas de ferramenta”
-“ Eu tenho muitas mortes para “curar”! Foram dois patos... (até chorei no Natal); mais uma tartaruga, dois caracóis, o avô Francisco e o coelho do meu tio”- Disse o Tomás, de 8 anos
E nesta conversa animada, em que cada um põe o dedo no ar para falar, argumentar e contra-argumentar, debate-se, durante mais de uma hora, com a professora, esta coisa da perda, do que significa estar vivo e já não estar.
A morte, segundo as crianças, pode ser muita coisa.
O André, que tem 8 anos, dá a sua imagem em relação à morte: “É como um escorrega. Quando acaba o escorrega da vida, começa o escorrega da morte.”
A imagem do escorrega agrada, evidentemente, a todos os colegas. E quando acabas de escorregar? Chegas ao chão e depois? — pergunta um e outro e outro. “É infinito”, responde André. “Como os números.”
Riem-se todos. E assim, este tema tão melindroso, é preparado desde a mais tenra idade com professores que se preocupam com os homens e mulheres de amanhã.

domingo, 4 de maio de 2014

Dia da Mãe



Hoje é Dia da Mãe. Da nossa mãe! Aquela mãe que é mãe todos os dias, mesmo nos dias menos bons. Aquela mãe que é uma fonte de amor inesgotável. Aquela mãe que tem tempo para tudo e mais alguma coisa e ainda tem tempo para nos aconchegar os lençóis à noite.
Infelizmente a minha já partiu, mas é sempre bom recordá-la.
A minha mãe foi uma guerreira, nos tempos difíceis em que a mulher depois de trabalhar doze horas diárias, incluindo os sábados, vinha para casa tratar do jantar, dos filhos, organizava as coisas para o dia seguinte e, aos domingos, ficava em casa a limpar, a tratar da roupa e fazer as compras para a semana. Assisti a tudo e eu própria segui as suas pegadas.
Levou toda uma vida de sacrifício e estou grata pelo seu legado e o muito que aprendi com ela.
Por isso, ser mãe, não é só o gerar e dar à luz, como o de criar e moldar esse pequeno ser pela vida fora. . É educar, amar, estar lá todos os dias e a todas as horas. Ser mãe é dividir-se num número infinito de tarefas e realizar todas elas com o empenho e sucesso das vencedoras.
A mãe faz magia: transforma a farinha e os ovos em bolos. O refugado tem sempre o melhor cheiro do mundo. Os braços carregam os sacos das compras e, se for preciso, ainda nos carregam no colo. Dentro dela habita um mundo de preocupações, de responsabilidades, de soluções para todo o tipo de problemas.
Uma mãe, é mãe todos os dias. Para o melhor e para o pior. Simplesmente mãe. Esse pequeno nada que é tudo. Mesmo tudo!

A todas as mães, um dia FELIZ!