Todos sabemos o quanto é complicado criar um filho! Ele já nasce com a sua
personalidade e, infelizmente eles quando nascem não vêm com o catálogo de
instruções, para que tudo corra certinho como manda o figurino.
O primeiro filho, é sempre o mais mimado e tudo o que ele faça, mesmo as
birrinhas, a família acha gracinha e vem a frase: “deixa lá, é ainda um bebé, não sabe o
que faz”.
Mas eles sabem logo do berço manipular e perceber quem lhes faz as vontades...
Depois, quando nasce mais um, é mais uma personalidade diferente que temos
de enfrentar. Lá diz o ditado: “temos cinco dedos na mesma mão e nenhum é
igual.”
Isto aplica-se aos irmãos e cada um tem o seu limite, o seu tempo, as suas
necessidades e a sua forma única de pensar e sentir. Ambos podem ter a mesma
forma de educar, mas um pode ser todo certinho e o outro, pode vir cheio de problemas.
Interessante é ouvir muitas vezes a frase de algumas pessoas ao observar na
via pública a birra de uma criança e lá vem a frase: “se fosse meu filho, eu
fazia e acontecia”…
Pois é! Educar os filhos dos outros, é mais fácil que educar os nossos e,
normalmente, essas mães “educadoras dos filhos dos outros” esquecem que os
dela, já fizeram as mesmas birras sob o olhar enjoado de outras pessoas que se
calhar… pensaram o mesmo.
Bem sei que há aquelas mãezinhas permissivas, que admitem tudo ao seu
rebento, para não o contrariar, porque a criancinha depois fica nervosa e é
mais complicado controlá-la.
Depois, também temos aqueles pais que têm um sentimento de culpa em relação
aos filhos por passarem pouco tempo com eles e pelo baixo ânimo e paciência que
lhes oferecem após um exaustivo dia no trabalho e nos transportes. Essa culpa,
dificulta a educação dessas crianças cujos pais acabam por inverter as
prioridades e dão-lhes o que não devem e fecham os olhos a muitos dos actos que
deveriam ser rectificados e punidos com castigos.
Também há aquelas crianças sem pai nem mãe,
ou seja, aqueles progenitores que não dão educação aos filhos: eles gritam,
esperneiam, rebolam, mexem em tudo, respondem mal, arrotam, libertam gases,
andam de pé em cima de todo o mobiliário, comem o que querem e como querem,
batem com portas, partem o que lhes apetece e são mal educados com quem os
rodeia.
São assim as crianças que têm pais
permissivos. Em casa delas e na casa dos outros, no café, no restaurante, na
loja e na igreja. Tanto faz. Para elas não há limites.
Não me venham, por favor, com a história da
hiperactividade. Ela existe, é verdade, e pobre de quem convive com ela, mas
não é, e ainda bem, um mal geral da pequenada. Uma coisa é ser hiperactivo
outra coisa é ser mal educado e anda aí muita criancinha sem o mínimo de
educação. Culpa de quem devia educar e não educa.
Há casos em que crianças entre
os 4 e 5 anos chegam a ser violentas e muitas vezes vemo-los a bater nos pais,
cuja raiva não conseguem controlar. As causas são as
mais diversas: desde falta de atenção parental ou excesso sem limites,
separação dos pais, nascimento de um irmão, ambientes familiares disfuncionais,
sonos perturbados, ritmos de vida desgastantes
E assim, as crianças
mimadas podem ser um transtorno na vida dos pais e dos que as rodeiam,
porque não obedecem a regras, fazem o que querem e muitas vezes faltam com o respeito
a quem quer que seja. O pior é quando a criança é acostumada a ter tudo o que
quer, fica cada vez mais complicado reverter a situação. Então, alguns desses
pais emitem um pedido de socorro para psicologos e a criança também grita por
ajuda, fazendo as tais birras, as quais os pais deixaram de ter controle.
Mas também há aqueles pais que dão o seu melhor, sem conseguirem controlar
de todo a criança e muitas das vezes deixam-nas fazer a birra, porque ele se
sente frustrado por ter sido contrariado e não entender o porquê. Os pais esperam
que se acalme e depois falam com ele explicando as razões porque não podia
obter o que queria. Durante a tal birra, mesmo que os pais o tentem acalmar e explicar,
ele não ouve, está concentrado nessa contrariedade e não se cala, fazendo de
tudo para chamar a atenção.
O comportamento das crianças, é um
vasto campo de possibilidades os quais não devemos julgar sem saber as suas
causas e quando, em pleno local público, observarmos um destes casos, não
resistiremos em pensar: “se fosse meu filho…”